Memorial dos Lanceiros Negros
Um marco, um poema, em meio ao campo.
No sul do RS, no Cerro dos Porongos,
a lembrança de tempos idos.
De homens idos.
Um marco, um poema, em meio ao campo.
No sul do RS, no Cerro dos Porongos,
a lembrança de tempos idos.
De homens idos.
Ancestralidade
Birágo Diop, poeta africano
Ouça no vento
o soluço do arbusto,
é o sopro dos antepassados.
Nossos mortos não partiram.
Estão na densa sombra.
Os mortos não estão sob a terra.
Estão na árvore que se agita,
na madeira que geme,
estão na água que flui,
na água que dorme,
estão na cabana, na multidão;
os mortos não morreram...
Nossos mortos não partiram,
estão no ventre da mulher,
no vagido do bebê e
no tronco que queima.
Os mortos não estão sob a terra,
estão no fogo que se apaga,
nas plantas que choram,
na rocha que geme,
estão na floresta,
estão na casa;
nossos mortos não morreram.
Homenagem ao 14 de novembro de 1844.
Na batalha de Porongos o chão ficou juncado com centenas de mortos farroupilhas da Tropa dos Lanceiros Negros.
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