sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Ciências que pariu!


BRASIL, mostra a tua cara
(mostra a tua bunda)

Habilidades em Leitura - 32º lugar em 32 países (2000)
Matemática - 41º lugar em 41 países (2003)
Ciências - 52º lugar em 57 países (2006)


Segundo o presidente do Instituto de Avaliação do MEC, Reynaldo Fernandes, a posição "não é boa" (sic), mas era esperada, já que os demais países são na maioria desenvolvidos. Piada!

Segundo Jorge Werthein, diretor-executivo da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, "a imensa maioria das escolas públicas de ensino fundamental não tem ensino de Ciências". Piada!

Deveria ter dito que a maioria das escolas não tem. Ponto final. Públicas ou privadas.

Dos docentes de física, apenas 9% tem formação específica na rede pública; de química, apenas 13%. Na rede privada o assunto é privado.

E quando tem, as aulas são na absoluta maioria das vezes teóricas. Um desestímulo aos alunos e aos próprios professores, em parte responsáveis por julgar que experimentar, mesmo no ensino fundamental ou médio, significa dispor de equipamentos sofisticados; o primeiro mundo é pródigo em exemplos de ensino prático com materiais simples, para não dizer simplórios. Prá não dizer práticos!

Convidado para muitas mini-aulas para o ensino médio resta a sensação de progressivo pessimismo. Com alunos e professores, em especial da rede pública. Coitados; abandonados; não treinados; não atualizados. Muitos deveriam estar nos bancos para os quais se apresentam.

O conhecimento é um bem cumulativo. O interesse nasce na infância. Pela curiosidade estimulada; pela experimentação; pela conclusão baseada na observação. Pelo exemplo. Em Leitura, Matemática ou Ciências! Mas também em políticas.

A adesão ao Programa de avaliação (PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos) é livre, e China, Índia e a maioria dos países africanos não participaram. Que sorte! Estive na China, e eles ganhariam de nós. Nâo estive na Índia, mas eles provavelmente também ganhariam de nós. Acho que ganharíamos da África. Pobre África! Pobre de nós!


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